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Mostrando postagens de novembro, 2024

O que os olhos não vêem, o coração não sente: uma reflexão sobre percepção e realidade

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Se a percepção é uma das chaves para nossa realidade emocional, até que ponto as experiências que não vivenciamos deixam marcas? Como as interpretações individuais do que é e do que não é influenciam nossas interações e relações com o mundo ao nosso redor? Se considerar que a falta de percepção pode resultar em desconexão emocional, como podemos cultivar uma maior relação com as nossas experiências sensoriais e imaginativas? A máxima popular "o que os olhos não vêem, o coração não sente" ressoa na discussão / provocação filosófica sobre a percepção e a realidade. Essa frase tão dita diz que que a ausência de percepção sensorial pode levar à inexistência emocional de um objeto ou evento. Será? Assim, podemos conectar essa ideia à filosofia de George Berkeley, que propôs que a realidade é constituída pela percepção. Segundo ele se não vemos a árvore cair no silêncio da floresta, seu barulho, de certa forma, não nos afeta, permanecendo a noção de que a realidade é um constructo ...

Um resumo da obra "A Interpretação dos Sonhos" de Sigmund Freud

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Introdução ao Simbolismo dos Sonhos: O simbolismo nos sonhos é um tema central na obra de Freud, que afirma que "o maior número de acréscimos versando sobre qualquer assunto isolado é constituído, sem dúvida, pelos que dizem respeito ao simbolismo nos sonhos". Essa afirmação revela a profundidade com que Freud aborda o simbolismo, reconhecendo que sua compreensão sobre essa faceta evoluiu ao longo das edições do livro. Portanto, é evidente que o simbolismo onírico não é apenas um detalhe, mas uma chave para entender a psique humana. Evolução da Teoria dos Sonhos: Na primeira edição de sua obra, Freud limitou o exame do simbolismo a algumas páginas e um único sonho modelo. Contudo, com o tempo, ele ampliou essa seção, reconhecendo a importância do simbolismo sexual e a necessidade de reorganizar o material sobre sonhos. Essa evolução demonstra a flexibilidade de Freud em adaptar suas teorias à medida que novas compreensões emergem. Conceitos Fundamentais: Freud introduz concei...

Textos fundamentais para entender o pensamento de Freud

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  A Interpretação dos Sonhos (Die Traumdeutung)  - 1900 Conceitos principais:  Freud introduz a ideia de que os sonhos são uma forma de realização de desejos inconscientes. Ele propõe que os sonhos têm um conteúdo manifesto (o que é lembrado) e um conteúdo latente (o significado oculto). Citação:  "O sonho é a realização de um desejo." A Psicopatologia da Vida Cotidiana (Die Psychopathologie des Alltagslebens)  - 1901 Conceitos principais:  Freud explora como erros, lapsos de linguagem e esquecimentos revelam conflitos inconscientes. Ele argumenta que esses atos falhos são manifestações do inconsciente. Citação:  "Os atos falhos são a via régia para o inconsciente." Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie)  - 1905 Conceitos principais:  Freud discute a sexualidade humana, incluindo a sexualidade infantil e a teoria da libido. Ele introduz conceitos como a fase fálica e o complexo de Édipo. Citação: ...

O papel do Simbólico na dança de romantização da Subjetividade

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Neste texto, exploraremos a citação apresentada de uma publicação que fiz no X: "Somos os mesmos nadas no apagar das luzes. A diferença é que na ausência de estímulo somos conduzidos a enxergar nossa condição inerente à devassidão do desamparo. Preciso permitir a Fantasia e se apegar, ainda que mínimo, na ilusão dos Simbólicos para não se sufocar com o Real." Meu esforço é para mostrar a centralidade dos conceitos sob a ótica da psicanálise lacaniana, examinando a inter-relação entre os domínios do Simbólico, da Fantasia e da noção lacaniana de Real, além de refletir sobre a condição humana de desamparo e a busca por significado. Serão incorporadas algumas máximas de Nietzsche, Lacan e Freud, fornecendo uma base teórica para os argumentos apresentados se sustentarem de forma compreensível. Até que ponto a realidade que habitamos não é, na verdade, uma construção das estruturas simbólicas que nos cercam, moldando a nossa percepção e identidade? De que maneira o desamparo e a f...

Nietzsche e a distorção de "vontade de poder" sobre meritocracia na falácia de autoajuda

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A psicanálise, ao explorar a profundidade da psique humana, oferece uma perspectiva valiosa para compreender a "subjetividade consumista" que permeia o capitalismo contemporâneo. Mas o que realmente significa este consumismo que nos define? A subjetividade consumista se manifesta na forma como os indivíduos se relacionam com o ato de consumir, que vai além da mera necessidade material, transformando-se em um epítome da identidade e do valor pessoal. Na sociedade atual, onde o consumismo é cada vez mais exaltado, a incessante busca por bens e status reflete uma busca por reconhecimento e validação social. Então, como as dinâmicas emocionais e inconscientes moldam essa relação com o consumo? A psicanálise permite-nos investigar essa intersecção entre desejo, identidade e a lógica capitalista. Friedrich Nietzsche, com sua crítica incisiva da moralidade e da cultura de seu tempo, introduz conceitos que perturbam o status quo social. Em meio a essas ideias, destaca-se a "vont...