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Naquele momento, eu só poderia fazer isso: estar só, ser só... e só

A palavra "só", um advérbio que indica limitação, exclusividade, transforma-se, num jogo de espelhos linguísticos, em um substantivo que evoca a solidão, a individualidade, a essência. Naquele momento, a ação se restringia a uma única possibilidade: encarar a vastidão do ser, despojado de máscaras, expectativas e amarras sociais. Um mergulho profundo na própria subjetividade, um confronto com a nudez da alma.

Estar só a solidão física, a ausência de companhia, o silêncio que ecoa a voz interior. Um momento de recolhimento, de introspecção, onde as distrações do mundo externo se dissipam, e a alma se revela em sua crua beleza. A solidão, tão temida na sociedade do espetáculo, revela-se como um portal para o autoconhecimento, um espaço sagrado onde o eu se reconecta com sua essência.

Ser só a afirmação da individualidade, da singularidade, da irredutível diferença que nos constitui como seres únicos. Um grito silencioso contra a massificação, a homogeneização, a tentativa de nos enquadrar em moldes pré-fabricados. Ser só é abraçar a própria complexidade, as contradições, as imperfeições, e reconhecer a beleza que reside na autenticidade.

E só - a redução à essência, ao núcleo fundamental do ser, àquilo que permanece quando todas as camadas superficiais são removidas. Um retorno à origem, ao ponto de partida, onde a vida se manifesta em sua pureza primordial. Só o amor, só a dor, só a esperança, só a consciência de ser, aqui e agora, um instante fugaz na eternidade.

Naquele momento, a aparente limitação do "só" se revela como a mais profunda das liberdades: a liberdade de ser, integralmente, quem se é. Um convite a despir-se das ilusões, a encarar a solidão como um portal para o autoconhecimento, a celebrar a singularidade como um tesouro, e a reconhecer, na essência do ser, a força que nos impulsiona a seguir em frente, a criar, a amar, a viver.

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