Em um instante de pausa,
quando o ruído da mente se silencia,
como um rio que encontra a calmaria,
começo a entrar no labirinto do prazer,
um caminho sem mapas ou vozes.
Nesse silêncio habitado,
as dúvidas se desvanecem,
as cogitações que giram e giram
sobre o olhar do outro,
se dissipam como névoa ao sol.
Aqui, no âmago do meu ser,
desperta a essência crua,
o desejo ardendo na pele,
sem a necessidade de aprovação,
sem os grilhões da expectativa alheia.
Cada toque é uma revelação,
um sussurro que diz: “Sou,
neste instante, exatamente quem sou.”
A carne se torna a linguagem,
a dança que não precisa de palavras.
E ao silenciar a neurose,
cada lado obscuro se acende,
cada risco um convite ao gozo,
uma entrega ao efêmero,
onde a minha verdade se faz pulsante,
pura, finalmente livre,
num espaço onde o prazer floresce,
como um campo de flores selvagens,
transformando o eu em carne e riso,
na emancipação do instante,
do aqui e agora, do ser somente.
Comentários
Postar um comentário