Vou matá-lo!
Vou te matar em mim...
ou lhe dar outros significados...
Este é um processo doloroso...
mas já tive a necessidade de fazê-lo com outros.
Por golpes de racionalidade, em uma mistura de tortura e automutilação... mecanismo de defesa com covardia... te matarei e lhe transformarei em lembranças sem saudades.
Vou afastar-me do seu corpo e te cristalizar apenas como parte das minhas lembranças. Uma parte... não insignificante, mas também nada totalizante... apenas uma das várias lembranças que me compõem.
E com o tempo te convocarei cada vez menos para participar dos meus pensamentos.
E ao deixar de lembrar na mesma frequência ganhará novos significados...
Foi assim... e assim será novamente.
Talvez com maiores facilidades por já ter trilhado por esses rumos.
Vou te dar um lugar de direito...
digno dos encantos que você despertou em mim... o seu lugar no passado...
Quero que você passe. E passe bem.
Hoje te matar parece mais previsível...
defensível.
já fiz isso tantas vezes...
já matei tantas histórias em potência...
E mesmo resistindo eu fui obrigado a matar histórias falidas...
Como matei eu te matarei.
Você não tem controle e nem responsabilidade sobre as minhas expectativas... o que eu quero de ti não é seu... é meu.
Por isso não te quero, para não ter que um dia deixar de querer-te por você ter deixado de me quer.
Vou rejeitá-lo pois eu não suportarei mais ser rejeitado.
Vou matá-lo!
É preciso sacrificar o amor ainda embrionário como gentílico e inocente... antes que se transforme em um cão ofensivo e indomável... já que este final é certo.
- Italo Silva,
@italoalessandro
Jul/2018
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