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Mostrando postagens de setembro, 2025

A simbologia da barata: medos banais e fantasias onipotentes em Freud e Lacan

O medo de baratas é um fenômeno que pode parecer trivial à primeira vista, mas que, sob a lente da psicanálise, revela camadas profundas de significados e complexidades emocionais. A obra de Sigmund Freud e as contribuições de Jacques Lacan nos fornecem ferramentas valiosas para explorar essas angústias aparentemente banais e as projeções que delas derivam. Freud, em *A Interpretação dos Sonhos*, exemplifica como os medos e fobias se manifestam, e um caso que ele observa é o de um menino que tem um intenso medo de cavalos. Ele argumenta que, na simbologia do inconsciente, o cavalo representa uma figura de autoridade, uma vez que remete à figura paterna. Freud diz que “uma fobia só pode ser entendida quando são vistos os laços da fantasia que a acompanham” (FREUD, 2006). Nesse sentido, o medo de baratas pode ser uma ferramenta de defesa semelhante, manifestando uma angústia mais profunda que o indivíduo não consegue expressar de forma direta. Quando analisamos o medo de baratas, podemos...

Afeto sem hierarquia: sexo

Na penumbra onde o corpo se desdobra,   encontro a trilha do prazer,   um caminho contrário às neuroses,   que erguem muralhas de hierarquia e poder,   como um eco distante, já não gesto meu.   O sexo, resposta visceral,   uma linguagem de instintos,   onde os corpos se instituem,   sem a opressão do olhar severo,   sem a contagem dos direitos e deveres.   Nessa dança crua,   onde a pele fala e se revela,   o desejo emerge como água de fonte,   refresca a alma faminta,   liberta os corpos do peso da exclusão.   Pois a cultura, com suas garras,   tenta capturar essa substância,   subjugar o corpo à fórmula do poder,   mas aqui, nesta entrega,   é a cidadania do vir a ser.   Não sou eu, mas o nós,   no instante em que a carne se une,   o eu se dissolve e surge o ser, ...

Sexo silenciando as neuroses

Em um instante de pausa,   quando o ruído da mente se silencia,   como um rio que encontra a calmaria,   começo a entrar no labirinto do prazer,   um caminho sem mapas ou vozes.   Nesse silêncio habitado,   as dúvidas se desvanecem,   as cogitações que giram e giram   sobre o olhar do outro,   se dissipam como névoa ao sol.   Aqui, no âmago do meu ser,   desperta a essência crua,   o desejo ardendo na pele,   sem a necessidade de aprovação,   sem os grilhões da expectativa alheia.   Cada toque é uma revelação,   um sussurro que diz: “Sou,   neste instante, exatamente quem sou.”   A carne se torna a linguagem,   a dança que não precisa de palavras.   E ao silenciar a neurose,   cada lado obscuro se acende,   cada risco um convite ao gozo,   uma entrega ao efêmer...

Sexo silenciando as neuroses

Em um instante de pausa,   quando o ruído da mente se silencia,   como um rio que encontra a calmaria,   começo a entrar no labirinto do prazer,   um caminho sem mapas ou vozes.   Nesse silêncio habitado,   as dúvidas se desvanecem,   as cogitações que giram e giram   sobre o olhar do outro,   se dissipam como névoa ao sol.   Aqui, no âmago do meu ser,   desperta a essência crua,   o desejo ardendo na pele,   sem a necessidade de aprovação,   sem os grilhões da expectativa alheia.   Cada toque é uma revelação,   um sussurro que diz: “Sou,   neste instante, exatamente quem sou.”   A carne se torna a linguagem,   a dança que não precisa de palavras.   E ao silenciar a neurose,   cada lado obscuro se acende,   cada risco um convite ao gozo,   uma entrega ao efêmer...

Heróica do silêncio

No quieto abismo do silêncio,   onde o mundo se dissolve em murmúrios,   habita a heróica essência,   a essência que se entrelaça com a carne,   num convívio íntimo, sem neurose, profundo.   O sexo, ato primal,   em sua selvageria desatada,   abraça o ser genuinamente animal,   nua de neuroses,   onde o prazer ecoa como um grito.   A carne anseia, sedenta,   mas as amarras da mente   tecem fetiches como cortinas,   nas sombras do querer,   um jogo entre o sutil e o grotesco.   E assim, cada toque,   cada suspiro,   é um convite à transcendência,   um lembrete de que somos,   essencialmente, libertos no silêncio.   Nesse espaço onde o eu se desfaz,   e o animal ressurge em sua crueza,   a conexão verdadeira se faz,   onde o prazer e a dor dançam,   num...

Heróica do silêncio

No quieto abismo do silêncio,   onde o mundo se dissolve em murmúrios,   habita a heróica essência,   a essência que se entrelaça com a carne,   num convívio íntimo, sem neurose, profundo.   O sexo, ato primal,   em sua selvageria desatada,   abraça o ser genuinamente animal,   nua de neuroses,   onde o prazer ecoa como um grito.   A carne anseia, sedenta,   mas as amarras da mente   tecem fetiches como cortinas,   nas sombras do querer,   um jogo entre o sutil e o grotesco.   E assim, cada toque,   cada suspiro,   é um convite à transcendência,   um lembrete de que somos,   essencialmente, libertos no silêncio.   Nesse espaço onde o eu se desfaz,   e o animal ressurge em sua crueza,   a conexão verdadeira se faz,   onde o prazer e a dor dançam,   num...

O fetiche na psicanálise: entre o segredo e a revelação - uma compreensão humanizada do desejo

Introdução: o que não se conta no jantar de família Imagine a seguinte cena: uma pessoa bem-sucedida, respeitada no trabalho, querida pela família, carrega consigo um segredo que considera inconfessável. Não é crime, não machuca ninguém diretamente, mas ainda assim provoca angústia profunda. Pode ser uma atração irresistível por pés, uma necessidade de usar roupas de látex para sentir prazer, ou uma fixação em situações específicas que fogem completamente do que aprendemos ser "normal" no amor e no sexo. Bem-vindo ao mundo dos fetiches - território que Sigmund Freud mapeou com coragem quando a sociedade vienense do século XIX fingia que sexo só existia para fazer bebês. Como observa o psicanalista brasileiro Contardo Calligaris em seu livro "Cartas a um jovem terapeuta" (2004, p. 89): "o que chamamos de perversão é muitas vezes apenas a coragem de desejar diferente, num mundo que exige que todos desejem da mesma forma monótona e previsível". Esta reflexão ...