Mascaras da verdade


Convivemos com conceitos pré-formados, estamos constantemente lidando com idéias e teses defendidas e ditadas como verdadeiras. Acabamos por não saber o que é real é o que nos foi condicionado falsamente. Confundidos por muitos pré-conceitos tornamos adeptos e propagadores de pseudos conceitos. Como resposta, o mundo das idéias contemporâneas forma seres ainda mais confusos. Verdades sendo vendidas, doadas e emprestadas e quase nunca conquistadas como se fazia heroicamente no clássico berço da filosofia.
Cada pessoa tem o direito de posicionar-se diante do mundo segundo a sua individualidade de ser livre. Por as idéias em pratica é um direito, fazer isso respeitosamente é um dever. Essa capacidade não pode ser tirada de ninguém, jamais podemos tirar do ser humano o seu “dom natural” de pensar. É como negar a natureza liquida da água e solida da pedra.
Quando entregamos idéias prontas a didática é morta, isso atrofia a bonita capacidade que temos para aprender o novo, descobrir o possível e contemplar o mistétio. Professores passam formulas e ensina às vezes a decorar. Nisso consiste a arte do saber? Pode ser mais fácil essa pedagogia, mas uma covardia do “mestre”, pois ele simplesmente passou ao outro uma conclusão feita, que pode não ser verdade e sim um uma mentira mascarada de verdade. Reduziu o ser humano a uma maquina armazenadora de informações. O ser questionador acaba morrendo sem oportunidade de resplandecer, logo o ser existe marginalmente ou nem chega a existi.
É preciso mesmo conhecer as coisas? Sim. É a única maneira que temos de ser livres, só nos tornamos essencialmente livres quando temos nossa opinião, e correspondemos a ela sem o escravismo.
Quando estamos em uma colocação ideologia, aula ou palestra, seja religiosa ou não, deveríamos nos colocar, primeiramente, como um faminto diante de uma cesta de frutas, ou um sedento perante uma fonte de água cristalina. Se com fome simplesmente ficamos indiferente diante das frutas elas só terão beleza, e nunca saberemos o sabor de cada uma delas. Todavia as frutas deverão ser descascadas e saboreadas, você verá que nem todas as frutas têm o sabor que você esperou. Se decepcionará com umas e ficará admirado com outras, assim é a arte do conhecer.
 A fé burra é aquela que acolhe as idéias e delas faz uso, o fim é evidente: escravos ou viciados de ideologias. Às vezes fica somente em contemplação e não vai a fundo. É necessário fazer a experiência, por a prova, pensar, repensar e logo se possível concluir. A “beleza” de muitas verdades comercializadas na realidade capitalista poderão nos enganar como a maça tão bela, mas que no fundo é podre. Só saberei do sabor quando me descido por conhecê-la ainda mais, fazendo a experiência precisa. Lembro aqui de uma aula de teologia em que o professor trabalhou conosco um texto muito sábio, que dizia “Uma coisa é ter em mente a idéia que ‘o fogo queima’, outra bem diferente é colocar as mãos no fogo fazendo assim a experiência que o fogo queima. Uma coisa é você ter a idéia que Deus é amor, outra coisa é fazer a experiência do amor de Deus (...)”
Trago isso para a nossa liberdade de conhecer a verdade, tal como ela é, colocada sobre provas, descoberta, “nua e crua”, conhecida e não “entregue” meramente. Devemos fazer experiências do que aprendemos, e assim chegarmos ao conhecimento real, como o cascalho passa por uma lapidação transformando-se em pedra preciosa assim deve ser trabalhada a nossa ignorância bombardeada por diferentes opiniões. Basta “duvidar” com prudência e seriedade. Coragem. Desafia-se e desafie! Não tenha medo da sua natureza filosófica.

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