Questões sobre Estado para o Contratualismo, Anarquismo, Comunismo e Totalitarismo
ESTUDO DIRIGIDO – PROFESSOR ÍTALO SILVA
Perguntas:
1. Qualifique o Estado segundo o Contratualismo.
2. Qualifique o Estado segundo o Anarquismo.
3. Qualifique o Estado segundo o Comunismo.
4. Qualifique o Estado segundo o Totalitarismo.
5. Descreva a Sociedade Atomizada par Hanna Arendt.
6. Fale sobre o terror e política para Hanna Arendt.
7. Descreva a definição da corrente filosófica chamada de Materialismo
Histórico Dialético.
8. Narre qual é a proposta de socialismo do Materialismo Histórico
Dialético.
9. Narre sobre o comunismo para o Materialismo Histórico Dialético.
10. Fale sobre a proposta de Proudhon e Bakunin de uma sociedade
anarquista pautada na liberdade coletiva.
Respostas:
1. Qualifique o Estado segundo o Contratualismo.
O
Estado é entendido como um contrato social em expressão da vontade geral. Segundo
a noção de contrato social, a sociedade foi instituída pelos seres humanos por
meio de um pacto coletivo – um contrato –, com base no qual os indivíduos
convivem. O contrato estabelece regras e leis, assim como um poder que organiza
a coletividade e atua como árbitro nas disputas entre seus membros. Enquanto
Hobbes concebia o estado natural como guerra e o estado social como fonte de
segurança individual, Rousseau considerava o estado natural como fonte da
liberdade e da igualdade. Os pensadores, chamados de contratualistas, dizem que
o Estado é uma instituição que se estabelece pela vontade geral e em favor da
mesma. Tais ideais filosóficos concebem as configurações do atual Estado Democrático
de Direito, que no caso do Brasil, é formulado na divisão dos Três Poderes,
como dito por Montesquieu: Executivo, Legislativo e Judiciário. Rousseau
considera que o primeiro contrato social que instituiu o Estado não resulta da
ação de todos os indivíduos, como pensavam Locke e
Hobbes, mas sim da ação dos
indivíduos ricos coagindo os mais pobres, na tentativa de garantir para si as
benesses da propriedade, e não tinha por isso uma legitimidade jurídica.
2. Qualifique o Estado segundo o Anarquismo.
Para os anarquistas, o
Estado é fonte da opressão humana e instrumento de dominação. Se o Estado
existe para resolver os conflitos entre os indivíduos, ele não é necessário em
uma sociedade que seja a expressão da igualdade, da liberdade e da
solidariedade.
3. Qualifique o Estado segundo o Comunismo.
Para o comunismo, o Estado
foi sempre um instrumento nas mãos de determinado grupo social usado para
conquistar e manter privilégios. No caso de uma sociedade organizada pelo
sistema capitalista, o Estado é instrumento da classe burguesa. A liberdade de que
falam os liberais é, portanto, ilusória em uma sociedade organizada por um Estado.
Para Marx, o Estado é apenas um momento no trajeto da humanidade rumo ao reino
da liberdade e, como tal, não deve ser instituído, mas superado.
4. Qualifique o Estado segundo o Totalitarismo.
Para o totalitarismo, o
Estado deve ser o poder total. Segundo alguns especialistas, o termo
“totalitarismo” surgiu com Mussolini, que, em oposição ao estado liberal, propunha
que todas as manifestações sociais, políticas, econômicas e culturais se
mantivessem sob o poder do Estado. “Tudo pelo Estado – nada contra o Estado”
era um de seus lemas. Entretanto, o regime fascista instaurado por Mussolini
não foi totalitário, e este termo só é aplicado com segurança aos regimes de
Hitler e Stalin.
5. Descreva a Sociedade Atomizada par Hanna Arendt?
Segundo
Arendt, o totalitarismo captura os indivíduos porque eles se encontram
totalmente isolados, sem laços sociais. É o que ela chama de uma “sociedade atomizada”,
que perde sua coesão. Diferenciando isolamento de solidão a pensadora afirma
que o terror totalitário consegue unir esses indivíduos isolados na mesma
medida em que os mantêm isolados. E ainda amplia seu isolamento porque só
indivíduos isolados podem ser dominados por completo, sem opor resistência.
6. Fale sobre o terror e política para Hanna Arendt.
Segundo Arendt o
totalitarismo é uma negação radical das liberdades individuais. A questão
filosófica que ele suscita é: como podem as pessoas consentir com a negação de
sua própria liberdade, suportando e até apoiando esse tipo de regime político? O terror totalitário não forma uma comunidade
política de fato, em que as pessoas participam de uma vida comum. O
totalitarismo transforma o povo em “massa”, em multidão, que Hobbes dizia ser
algo anterior ao pacto político. Hannah Arendt viveu o horror da
ascensão do nazismo na Alemanha e a crescente perseguição aos judeus. Para ela
o totalitarismo não é uma tirania como aquelas classicamente conhecidas.
Segundo Arendt, o totalitarismo captura os indivíduos porque eles se encontram
totalmente isolados, sem laços sociais pois perde a coesão.
7. Descreva a definição da corrente filosófica chamada de Materialismo
Histórico Dialético.
O materialismo dialético é
uma filosofia que compreende a realidade como um conceito formado pelas relações
matérias e que teve origem na Europa com base nas obras de Karl Marx e
Friedrich Engels. Defende que a realidade da sociedade é definida historicamente
pelas maneiras em que se deram a produção material, ou seja, as formas de
trabalho. Estuda os fatos históricos com
base em elementos contraditórios (dialéticos) da luta de classes. Se opõem ao
idealismo ao considerar que as ideias são formadas pela realidade material, e
não o contrário. A teoria marxista
afirma que as transformações sociais acontecem justamente porque há conflito
entre as classes sociais; é a luta de classes que move a história. Partindo
dessa ideia, Marx estudou a fundo a sociedade capitalista para compreender seu
funcionamento, de modo a planejar uma ação política que pudesse impulsionar sua
transformação em uma sociedade na qual os trabalhadores não fossem explorados e
controlassem eles próprios a organização dos meios de produção.
8. Narre qual é a proposta de socialismo do Materialismo Histórico
Dialético.
O socialismo é a proposta de
socialização dos bens socialmente produzidos e a não concentração de acesso dos
mesmos por uma classe privilegiada, como ocorre no capitalismo. O Estado em uma
sociedade capitalista é instrumento de dominação da classe burguesa, a ruptura
com o capitalismo, segundo Marx, seria possível apenas por meio de uma
revolução, na qual a classe trabalhadora organizada tornar-se-ia a classe
dominante, rumo à democracia, isto é, ao poder exercido pelo povo e não mais
por uma pequena classe dominante e economicamente privilegiada. Além dessa
medida, que compõe o cerne do programa revolucionário de emancipação do
proletariado diante de sua condição de explorado, outras medidas estruturais seriam
tomadas: as propriedades privadas seriam extintas e todos os bens passariam a
pertencer ao Estado. Mas, como o Estado seria a expressão dos trabalhadores,
isto é, do conjunto da população, os bens necessários à produção da vida
material seriam de todos. Esse conjunto de medidas caracterizam o que Marx
chamou socialismo.
9. Narre sobre o comunismo para o Materialismo Histórico
Dialético.
Como Marx afirmava que a exploração
se dava em função da propriedade privada dos meios de produção, uma sociedade
sem exploração seria uma sociedade sem propriedade privada. É o que Marx
denominava comunismo, isto é, uma sociedade em que os meios de produção seriam
comuns a todos, o que significa que não existiria propriedade. E como a
propriedade é a base da divisão da sociedade em diferentes classes, uma
sociedade comunista seria uma sociedade sem classes. Não havendo classes
sociais com interesses diferentes, o Estado deixaria de ser necessário.
10. Fale sobre a proposta de Proudhon e Bakunin de uma sociedade
anarquista pautada na liberdade coletiva.
O primeiro pensador a
desenvolver ideias anarquistas no século XIX foi Proudhon. Em 1840 ele lançou
um pequeno livro com o título “O que é a propriedade?”, e sua resposta à
pergunta do título era simples e direta: a propriedade é um roubo. Fazendo a
crítica da propriedade privada, Proudhon propunha uma sociedade sem
propriedade, uma sociedade comunista. As ideias de Proudhon foram retomadas e
desenvolvidas por vários filósofos anarquistas. Um deles foi Mikhail Bakunin,
ativo revolucionário que circulou por vários países europeus atuando em
associações de trabalhadores e procurando construir uma revolução que colocasse
fim à exploração capitalista. O princípio central da filosofia anarquista é a
liberdade individual. Os anarquistas consideram que os indivíduos são livres e
que a sociedade não pode ser uma limitação dessa liberdade, mas sua confirmação
e aprimoramento. Por isso, o Estado, instrumento de dominação, é visto como algo
a ser combatido. O conceito anarquista de liberdade, porém, difere daquele
elaborado por Rousseau e por outros filósofos que podem ser chamados de
“liberais”.
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principal fonte: GALLO, Sílvio; KOHAN, Walter Omar. Filosofia no ensino médio. Editora Vozes, 2000.
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