Neste seminário, Lacan desenvolve suas ideias sobre a relação do sujeito com os objetos, e é essa relação que vamos explorar hoje.
A imagem de capa do seminário é uma pintura de Goya que ilustra o mito de Cronos devorando seus filhos, representando um canibalismo oposto à ideia freudiana de Totem e Tabu. Essa imagem é um reflexo da angústia humana e da crueldade da guerra, mostrando como a razão adormecida gera monstros.
A pintura de Goya destaca a luta pela liberdade e a representação da loucura, e é um convite à reflexão sobre a condição humana e a formação da identidade. A criança realiza uma grande descoberta ao perceber que o falo não pertence a ninguém e que sua propriedade é fundamental nas trocas. Essa percepção é crucial para entender a dinâmica familiar e simbólica na formação da identidade.
A formação da identidade é um processo que envolve a interação entre o sujeito e os objetos, e a relação entre o sujeito e o Outro. A criança aprende a se relacionar com os objetos e com os outros, e desenvolve uma identidade que é influenciada pela cultura e pela sociedade. A luta pela liberdade é um tema central nesse processo, e a representação da loucura é um tema recorrente.
A discussão abrange a estrutura topológica e o complexo de Édipo na psicanálise, e analisa casos de histeria e fobia. A obra é um convite à reflexão sobre a condição humana e a formação da identidade, e é uma crítica à psicanálise clássica. A pintura de Goya é um reflexo da angústia humana e da crueldade da guerra, e destaca a importância da liberdade e da autonomia.
A relação de objeto é um conceito de grande importância na psicanálise de hoje, e é explorada em profundidade no Seminário IV.
A relação de objeto: uma introdução
Lacan argumenta que a relação do sujeito com os objetos não é uma relação direta, mas sim mediada pelo imaginário e pelo simbólico. Isso significa que os objetos não são percebidos em sua essência, mas sim através de representações e significados que lhes são atribuídos. Essa ideia é fundamental para entender como os indivíduos se relacionam com os objetos e como essas relações contribuem para a formação de sua identidade e subjetividade.
O estágio do espelho: a formação do eu
Lacan retoma sua teoria do estágio do espelho, segundo a qual a formação do eu ocorre quando a criança se reconhece no espelho e percebe sua própria imagem como unificada e completa. Isso marca o início da formação do eu e da relação do sujeito com os objetos. O estágio do espelho é um momento crucial na formação da identidade e subjetividade, e é a partir desse momento que os indivíduos começam a se relacionar com os objetos de uma maneira mais complexa.
O Objeto "a": o objeto causa do desejo
Lacan introduz o conceito do objeto "a" (objeto causa do desejo), que é o objeto que falta ao sujeito e que é buscado em vão. O objeto "a" é o que resta do objeto original perdido e é o que sustenta o desejo do sujeito. Essa ideia é fundamental para entender como o desejo é estruturado e como os indivíduos se relacionam com os objetos de uma maneira que é sempre marcada pela falta e pela busca.
A dialética do desejo: uma relação complexa
Lacan desenvolve a ideia de que o desejo é uma dialética entre o sujeito e o objeto, na qual o sujeito busca o objeto, mas nunca o alcança. Isso cria um ciclo de desejo e frustração que é fundamental para a condição humana. A dialética do desejo é uma relação complexa que é sempre marcada pela falta e pela busca, e é essa relação que contribui para a formação da identidade e subjetividade.
A relação entre o sujeito e o Outro: uma relação fundamental
Lacan destaca a importância da relação entre o sujeito e o Outro (o outro com "O" maiúsculo), que é o outro que é percebido como completo e unificado. O Outro é o que o sujeito busca em vão e é o que sustenta a relação do sujeito com os objetos. Essa relação é fundamental para entender como os indivíduos se relacionam com os objetos e como essas relações contribuem para a formação da identidade e subjetividade.
10 tópicos principais no Seminário IV: A relação de objeto" de Jacques Lacan, realizado entre 1956 e 1957:
- A relação de objeto é uma relação complexa que envolve a interação entre o sujeito e os objetos, mediada pelo imaginário e pelo simbólico.
- O estágio do espelho é um momento fundamental na formação do eu, quando a criança se reconhece no espelho e percebe sua própria imagem como unificada e completa.
- O objeto "a" é o objeto que falta ao sujeito e que é buscado em vão, é o que resta do objeto original perdido e é o que sustenta o desejo do sujeito.
- A dialética do desejo é uma relação complexa entre o sujeito e o objeto, na qual o sujeito busca o objeto, mas nunca o alcança.
- A relação entre o sujeito e o Outro (o outro com "O" maiúsculo) é fundamental para a formação da identidade e subjetividade.
- A formação da identidade é um processo complexo que envolve a interação entre o sujeito e os objetos, e a relação entre o sujeito e o Outro.
- A subjetividade é a experiência do sujeito de si mesmo, e é formada a partir da relação do sujeito com os objetos e com o Outro.
- A linguagem e o simbólico são fundamentais para a formação da identidade e subjetividade, pois permitem que o sujeito se expresse e se relacione com os outros.
- A relação entre o sujeito e o inconsciente é fundamental para a formação da identidade e subjetividade, pois o inconsciente é o repositório de memórias, desejos e conflitos que não estão disponíveis para a consciência.
- A crítica à psicanálise clássica é uma abordagem que busca superar as limitações da psicanálise clássica, que é considerada simplista e reducionista, e propor uma abordagem mais complexa e sofisticada da condição humana, como proposto por Jacques Lacan.
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