No âmago da alma, recalque se aninha,
Como sombra que espreita, dor que não se afinha.
Nietzsche falou em olhar para dentro e se ver,
Mas o recalque, oh, como pode doer!
Freud disse que o inconsciente é um baú,
Guarda segredos, memórias que não têm seu lugar azul.
Mas os danos que brotam, como flores no chão,
Construem muros altos, sepultam a razão.
Recalque é veneno, enraizado no ser,
Esconde alegria, sussurra ao sofrer.
Das feridas que gritam, nas risadas que partem,
A verdade se esconde, enquanto os mitos desartem.
Então, olhar para dentro, com coragem e candura,
É desfazer o nó, encontrar a ternura.
Que os danos do recalque não nos façam perder,
A beleza genuína do simples viver.
Comentários
Postar um comentário