No silêncio da manhã, a água quente dança,
Encontra o pó, a história do grão silencioso,
Uma carícia súbita, um toque, um instante —
A ruptura suave da superfície, como a vida se revela.
Deslizam por entre as moléculas da água
Os açúcares, os ácidos, a cafeína —
Todo um universo de aromas, na alquimia do ser,
Liberando óleos aromáticos que se esgueiraram do passado.
E assim, no calor que envolve
Os fragmentos do dia que emergem em espiral,
O momento se infunde, dissolve e transforma —
A bebida, expressão do agora,
Mistura perfeita de sabor e perfume
Que entoa a canção da presença,
Enquanto filtra os ecos do mundo —
É no presente que se acredita e se sente
Toda a intensidade do que é essencial.
Um gole, e a vida respira:
As nuances da liberdade,
O gosto do instante,
A essência pura do agora
Que se revela na xícara.
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