As marcas primordiais inscritas no inconsciente constituem um dos temas mais instigantes da psicanálise desde sua concepção freudiana. Este ensaio propõe uma reflexão sobre como as inscrições primárias no aparelho psíquico determinam padrões de repetição que, paradoxalmente, podem servir não como prisões existenciais, mas como plataformas para novas possibilidades de ser. Conforme afirmou Freud (1920/2010, p. 179), "o que permanece incompreendido retorna; como uma alma penada, não descansa até encontrar resolução e libertação". A compulsão à repetição, longe de ser apenas um mecanismo patológico, revela-se como condição inerente ao psiquismo humano, convidando-nos a repensar o próprio objetivo da psicanálise não como cura definitiva, mas como transformação possível da relação do sujeito com suas determinações inconscientes. As Inscrições Primordiais no Aparelho Psíquico Freudiano Para Freud, o aparelho psíquico conserva marcas permanentes das primeiras experiências, especialm...